Por que o sikh não corta o cabelo, nem a barba ?

O homem com a maior barba do mundo, medindo 2,37 metros.  

Swaran Singh é professor de música no Canadá. (Guinness book)  

 Resumo: Por que o sikh não corta o cabelo, nem a barba?

                  Introdução ao “Kesh”: O kesh faz parte dos Cinco K, que são os 5 símbolos do siquismo. Kesh significa: cabelos, barba e demais pêlos sem cortar; além disso, não se deve alterar a natureza original dos mesmos.

1-É mais natural: Quem tem o hábito de cortar os cabelos e a barba está em uma constante queda de braço com a natureza, que persiste em fazê-los crescer.

2-Seguir o caminho dos santos: O fundadores das religiões do mundo, em grande parte, tinham barba e cabelos longos. Um bom exemplo: Jesus Cristo.

3-Diferenciação de gêneros: A presença da barba no homem faze parte dos caracteres sexuais secundários masculinos, ou seja, isso os diferencia das mulheres.

4-Os cabelos embelezam: Uma grande parte do setor beleza\estética se dedica a este dom dado por Deus, que são os cabelos.

5-Funções biológicas: Os cabelos são um órgão vivo, têm funções biológicas específicas e são de natureza diferente das unhas.

6-Orientar-se para Deus: Preservar os cabelos e a barba é ocupar-se menos dos muitos estilos do seu ego e aquietar-se em submissão à vontade de Deus.

7-Hukam: O Kesh(Cabelos e barba sem cortar) faz parte dos Cinco K, que foram prescritos pelo décimo Guru Sikh Gobind Singh.

8-Símbolo de maturidade: O desenvolvimento dos pêlos está relacionado à maturação biológica em ambos os sexos. A barba ajuda a diferenciar um menino de um homem.

9-Um instrumento vibracional: kesh + turbante sikh = tecnologia vibracional.

10-O crescimento é auto-limitado: Ao contrário do que muitos acreditam, após atingir um certo comprimento, os cabelos param de crescer.

11-Cortar os cabelos envelhece: Conservar os cabelos nos ajuda a mantermo-nos mais jovens. Continue lendo e veja porque...

Wahe guru ji ka khalsa Waheguru ji ki fateh

Introdução ao Kesh

 

 Por que o sikh não corta o cabelo?

                 O kesh, que significa cabelo, faz parte dos Cinco K, os 5 artigos de fé, uma espécie de uniforme que identifica um sikh por sua aparência. O sikh não corta o cabelo e a barba pois isto é uma submissão à vontade de Deus.

                  Kesh significa cabelos sem corte, ou não cortados. Porém não é só não cortar. O conceito de Kesh exige mais de nós. Ele envolve não violar a natureza original dos cabelos com tratamentos químicos, alisamentos, aplicação de tintas e colorações ou outras técnicas e métodos, que as mulheres poderiam citar facilmente.

                  Este assunto está intimamente relacionado à postagem anterior, que trata do turbante sikh; 

Perceba que alguns tópicos são comuns a ambos, contudo eles se-complementam.

                  Os cabeleireiros que me perdoem, mas para um sikh, é muito importante não cortar os cabelos, bem como nenhum dos pêlos do corpo.

Vamos então mostrar 11 motivos a favor do Kesh:

1-É mais natural:

                 Não cortar os cabelos é mais natural. O fluxo natural dos cabelos é crescer, cortar é uma interferência. A resposta ao corte, vem logo: o crescimento aumenta. Quem tem o hábito de cortar os cabelos está em uma constante queda de braço com a natureza. Conservá-los é harmonizar-se com ela.

A perfeição da criação:

                 Devemos reconhecer a perfeição da criação. O corpo humano é o nosso templo de elevação na Terra. É uma obra de arte criada por Deus. O homem não é mais qualificado do que seu criador, para “melhorar” a obra de Deus.
  

2- Seguir o caminho dos santos:

Guru Arjan, o quinto Guru sikh

Os santos, os fundadores das religiões do mundo, em grande parte, tinham barba e cabelos longos. Por exemplo: Jesus, Lao Tsé e Zaratustra, que foi o fundador da primeira religião monoteísta do mundo. 

Os budistas tem o hábito de raspar a cabeça, mas, Sidarta Gautama tinha barba e cabelos longos quando se iluminou. Confúcio também tinha barbas longas.

Isto já está tão enraizado no imaginário das pessoas, que se alguém pedir a uma criança pra ela desenhar o “papai do céu” ou Deus, provavelmente ela tentará desenhar um senhor de barba e cabelos longos.

 

3-Diferenciação de gêneros: 

                 Aqui, me refiro especialmente à barba e ao bigode; os pêlos no rosto do homem fazem parte do que se chama de caracteres sexuais secundários masculinos. 
A barba e o bigode diferenciam o homem da mulher. 

"Um homem sem barba e bigode é o mesmo que uma mulher com bigode e barba."(Osho)

4-Os cabelos embelezam: 

                 Os cabelos embelezam as pessoas, basta lembrar que um dos maiores segmentos do setor beleza\estética é dedicado ao cuidado com os cabelos. As mulheres principalmente, investem grandes parcelas de tempo e dinheiro neste adorno natural, dado por Deus. 

                 A filosofia sikh é construida na igualdade das pessoas, independente do gênero, da raça ou até mesmo do credo. 

                 Trago aqui uma singela referência à beleza presente nos estilos negro\afro, que, nem sempre é valorizada como merece.

                 Cada um tem a concepção de o que é ou não belo. Isto é algo pessoal e subjetivo. Pra mim, os negros têm uma beleza singular.

5-Funções biológicas:

                 Os cabelos e a barba se comportam como um órgão vivo do corpo humano, pois eles são capazes de responder a estímulos externos. Por exemplo, quando cortamos a ponta de um fio, a sua raiz “ficará sabendo disto”, porque senão ela não faria o fio crescer mais rápido.

                 Os cabelos, a barba  e os pêlos no ser humano têm várias funções biológicas específicas. As unhas devem ser cortadas, os cabelos não. Unhas e cabelos são de natureza muito distinta.

                 Veja um texto completo sobre as funções biológicas dos cabelos e pêlos:

Uma necessidade biológica, por Dra. Birendra Kaur 

6-Orientar-se para Deus: 

                 Não cortar os cabelos e a barba é ocupar-se menos dos muitos estilos do seu ego e aquietar-se em submissão à vontade de Deus, abandonando um pouco a opinião das outras pessoas sobre seu aspecto visual.

7-Hukam: 

O “kesh” faz parte dos clássicos cinco k do siquismo, são um código de vestimenta deixado por  Guru Gobind Singh como um Hukam(ordem). 
Leia também sobre Os cinco K do Siquismo

8-Símbolo de maturidade:

                 O desenvolvimento dos pêlos está relacionado à maturação biológica em ambos os sexos. 

                 No caso específico dos homens, temos isto em relação aos pêlos da face.

                 As crianças não tem barba, nem bigode formado. Os adolescentes, geralmente, também não. Isto é um marcador natural da maturidade do homem. Por este motivo, novamente aqui, vemos que fazer a barba não é algo natural; mas, nem precisamos dizer que a maturidade bio-fisiológica nem sempre corresponderá à maturidade mental.

9-Um instrumento vibracional:

                 O kesh(cabelos e barba sem corte), juntamente com o dastar(turbante) compõem uma tecnologia de elevação vibracional. Nesta ciência, é crucial que o turbante sikh esteja preenchido pelo kesh.

10-O crescimento é auto-limitado:

                 Alguns argumentam dizendo que se os cabelos não forem cortados, eles irão crescer até o chão e será difícil de manejá-los. Isto é um mito, porque o crescimento dos fios é auto-limitado. Se você não cortar, ele vai crescer até chegar a um certo tamanho. Então ele pára e não volta a crescer.

11-Cortar os cabelos envelhece:

Lao Tsé, o fundador do Taoismo

                 A cada vez que você corta os cabelos, isso gera um esforço no seu organismo de promover o seu recrescimento. Este esforço silencioso acontece de forma repetida na medida em que você está sempre cortando os cabelos. Se o fluxo natural dos cabelos é crescer, e você está causando sistematicamente um esforço de recuperação do seu tamanho, temos aí um desperdício. Um desperdício de energia, de nutrientes, de sais minerais e de proteínas. Tudo isto poderia estar sendo usado pra outras funções do seu complexo organismo. É importante lembrarmos que este desperdício acontece de forma repetida desde que eramos crianças pequenas. Assim, este processo contribui pra gastarmos “vida” desnecessariamente. Se analisarmos pelo prisma da MTC(Medicina Tradicional Chinesa), cortar os cabelos desgasta o Jing, a essência. 

                 Quando você sai do salão com os cabelos cortados, você pode até parecer mais jovem, mas, biologicamente, cortar os cabelos envelhece.

                 Pra finalizar este tópico de maneira positiva, podemos dizer que conservar os cabelos nos ajuda a mantermo-nos jovens e longevos.

Proibido Tesoura

           

  Decidindo com uma convicção intuitiva

                  Quando eu optei por parar de cortar meus cabelos e parar de fazer a minha barba, eu, sem nenhuma explicação racional, me decidi com grande convicção; vou chamá-la agora de “convicção intuitiva”. 

                 Naquele momento eu me senti mal só de cogitar em cortar de novo meus cabelos. Foi algo difícil de explicar e muito, muito engraçado.

                 Eu parei com tudo de uma vez, barba, cabelos, pêlos da axila, que habitualmente eu aparava, etc.

                 Eu me lembro que eu havia comprado uma embalagem maior de barbeadores descartáveis numa promoção. Quando eu abri o armário do banheiro e vi aquele tanto de barbeador, pensei...”o que faço com tudo isto? isso não tem mais utilidade pra mim”. Fui até o meu pai, que estava me visitando e disse: “pai, toma estes barbeadores pra você.” 
Ele disse: “ué meu filho, obrigado, mas você não vai precisar de alguns?”

eu respondi: “NÃO pai, eu NÃO vou precisar de NENHUM.” Ele não entendeu direito, mas se foi e guardou nas suas coisas.

  Um momento hilário

                 Na mesma semana, eu fui ao centro de Belo Horizonte, como era habitual, fazer compras de miudezas e, passei em frente a 2 salões de cabeleireiros, localizados um bem próximo ao outro. 

                 Ali, sem algum motivo consciente, eu parei, comecei a observar o que acontecia em ambos os salões e, quando me vi, eu estava tomado por um sentimento inédito, que me fez disparar a rir. 

                 Eu olhava para os clientes sentados enquanto os barbeiros trabalhavam; aquilo pra mim teve uma graça incrível, e fiquei rindo sozinho, tentando dirfarçar um pouco...e eu pensava comigo:...”quanta inocência”... “como eu era tão insensível! Porque não enxerguei isso antes?” rsrs e hoje, não sei explicar exatamente qual é a graça, mas só de me lembrar...

                  

                 Esta postagem se apoiou em conhecimentos encontrados na web, em especial nos textos: 

Enciclopédia Virtual SikhiWiki: Kesh

SikhiWiki: Uncut Hair

                 Eles estão originalmente em inglês, mas a página disponibiliza tradução para o português com Google translate. 

                 Recomendo que complementem este estudo com os textos acima.

                 Me perdoem se por ventura houveram falhas ao preparar este material.

                                                                                      Sunderbir Singh

  Waheguru ji ka khalsa Waheguru ji ki fateh

O turbante sikh: 10 Motivos para usar

RESUMO - Motivos para usar o turbante sikh

1-Soberania e unicidade: quando alguém pôe um turbante, ele está coroando o rei, o nosso soberano(Deus) interior. O turbante sikh é um símbolo também de liberdade.

2-Distintivo: o turbante faz parte do uniforme sikh, que o destaca e o identifica facilmente onde ele estiver. Os sikhs são uma espécie de polícia de Deus ou soldados santos.

3-Ordem do Guru: o turbante sikh é um Hukam, ou seja, uma ordem do Guru. O que o Guru ordena, o sikh obedece.

4-Agradar o Guru: o sikh quer sempre agradar o Guru, por 2 motivos: 1)Porque ele ama o Guru; 2) o Guru é o senhor das permissões e de toda vitória, portanto devemos agradá-lo, para ter a Sua benção.

5-Razões espirituais: uma razão para usar o turbante é afastar-nos da superficialidade e priorizar o universo interior; além disso, o sikh é um pássaro e suas 2 asas são: 1)a palavra do Senhor em sua boca 2)sua aparência, oriunda dos Gurus sikhs.

6)Preservar a tradição: A construção do sikhismo dourou mais de 200 anos e custou a vida de muitos mártires. A preservação da tradição sikh inclui o uso do turbante.

7) É uma tecnologia: o turbante ajuda a ativar o 7º chakra, no alto da cabeça, otimiza funções cerebrais, aumenta nosso foco espiritual, amplia nossa conexão e facilita a meditação.

8)Proteção vibracional: o turbante nos protege de energias negativas externas, atuando, de certa forma, como isolante. Além disso, sendo os cabelos uma fonte de sensualidade, o turbante, ao ocultá-los, favorece a pureza nas relações sociais.

9) Igualdade: no Punjab, antes da chegada dos sikhs, usar turbante era só para pessoas de grande envergadura política. Os siques disseminaram o turbante entre pobres e ricos igualmente.

10)Humildade: cobrir a parte mais alta do seu corpo é dizer que sua cabeça não te pertence, mas sim, pertence a Deus. É humildade e entrega.

                                            

Vaheguru ji ka khalsa Vaheguru ji ki fateh

Introdução

          Nesta postagem, trago 10 motivos que encontrei, pelos quais o sikh deveria usar o turbante.

          Segundo a enciclopédia virtual Wikipédia, o turbante é uma grande tira de pano enrolada sobre a cabeça, sua origem é remota e desconhecida. Há registros históricos mostrando a existência do turbante muito antes da chegada de Maomé(Mohammed);

          Na Índia o turbante sikh é chamado de “Dastar”. Em seu contexto, o turbante não é apenas uma ferramenta com seus benefícios, mas sim um protagonista de todo um cenário cultural e religioso. Hoje o “dastar” não é usado somente por sikhs.

O Brasil é terra de turbantes!

          No ocidente, a grande maioria das pessoas que usam turbante são sikhs. Mas no caso do Brasil, se você estiver na Bahia, aí é outra história. Eu não poderia deixar de mencionar o turbante usado na Bahia, já que, antes do Sikhi, o meu gurumantra eram os pontos da seara da Umbanda.

No interior de Minas Gerais, cobrir a cabeça é um hábito muito comum

          Percebi algo curioso, quando morei por mais de 5 anos no interior de Minas Gerais; observei o quanto as senhoras donas-de-casa têm o hábito de cobrir a cabeça com panos e lenços. Não parece que seja só para proteger os cabelos da fumaça do fogão à lenha.

          Muitas destas senhoras, no meu convívio de anos como vizinho, não me fizeram conhecer os seus cabelos. Pode ser algo intuitivo ou empírico para elas, mas para muitas, seja em zona rural ou urbana, cobrir a cabeça é algo importante e religiosamente cumprido no dia-a-dia.

          Se agora ampliamos este cobrir a cabeça para o uso do chapéu pelos homens...esta conversa pode ir muito longe. Em minha autobiografia, eu não seria capaz de me lembrar do meu avô sem ele estar com a cabeça devidamente coberta com o seu chapéu.

Enfim, se examinarmos as diferentes gerações, seus ídolos e líderes, podemos encontrar muitos mistérios em torno do simples cobrir a cabeça.

O turbante sikh, o desconhecimento e o preconceito

          A primeira vez que vi de perto alguém com um “Dastar”(turbante sikh), tive um grande incômodo, um estranhamento inédito e uma secreta rejeição da idéia. Como eu sabia que aquela mulher era genuinamente brasileira, pensei comigo: “Ora, por que esta pessoa está se vestindo com elementos de uma cultura extrangeira, para usar aqui? Não está ela forçando a barra? Isto está, no mínimo, fora de lugar! Isto aí não deve passar de um adorno, de uma apropriação cultural!”?.waheguru...(o tempo passou)...

          Assim eu pensei. Hoje vejo quão inocente eu era, quão ingênuo, preconceituoso e, sobretudo, ignorante. Se você usa turbante nesta terra adorável chamada Brasil, você bem sabe que a ignorância tem um som bem característico. Este som é o deboche, é a risada. E ele soa todos os dias.

          Como eu pude julgar que aquilo poderia ser simplesmente um capricho? Uma apropriação cultural? Ou um jeito novo de ser alternativo? Não! Definitivamente não era isto! Eu era um cego que nada enxergava além da superfície.

          Imagino quantos hoje, ao me ver pelas ruas, não devem sentir e pensar o mesmo que eu pensei sobre aquele turbante. Isto é muito, muito mais profundo. Há um mundo vasto escondido naquele “adorno”, há um infinito desenrolar por detrás daquele tecido. Waheguru!

          Vamos então, aos motivos que encontrei para que o sikh use seu tão acariciado turbante:

1-Soberania e unicidade

          O sikh tem em sua identidade elementos que lhe dão poderes de um rei, como um nome real - o seu nome espiritual vem das páginas sagradas do Sri Guru Granth Sahib.

[Saiba mais sobre o nome espiritual sikh].

          Outro elemento desta realeza é o Kirpan –  a adaga, que representa a espada - um símbolo de resistência, por liberdade e justiça.

          Nesta mesma linha, temos também o turbante sikh como sendo a coroa do rei. Quando um sikh pôe o turbante, ele está também coroando o rei soberano(Deus) que mora dentro dele. Cada ser humano é único(unicidade) e diferente dos demais; mesmo gêmeos idênticos são muito diferentes em sua personalidade.

          Com o turbante, você deve se destacar, mostrando que pensa livremente e não é mais um escravo da ordem vigente; neste caso, você não é conduzido de forma passiva pelos padrões e ilusões do seu meio. Portanto, o turbante é um símbolo de resistência.

          Um sikh tem sempre 2 caminhos: ou ser um soberano em meio à justiça, ou ser um rebelde em meio à injustiça. Dessa forma, o turbante entra como símbolo da realeza de um sikh, expressando a tríade: soberania, liberdade e unicidade.

2-Distintivo

          Identificar um sikh num grupo de pessoas é muito fácil, por causa do seu uniforme, que não é nada discreto, e este inclui o turbante. As pessoas podem pedir ajuda a um sikh, vendo nele um protetor, como um policial. Ao longo da história, os sikhs são sinônimo de “polícia de Deus” ou “santos guerreiros de Waheguru”.

          O Guru Granth Sahib diz:

          “Reconheça-o como um verdadeiro guerreiro, que luta pela justiça; ele pode ser cortado em pedaços, mas nunca abandona o campo de batalha.”

          O turbante é um símbolo de resistência e poder. O sikh deve estar sempre de prontidão para defender os direitos humanos dos outros e combater, com os seus atos, a injustiça. Por isto, ser sikh de fato é um grande desafio e é necessário ter muita coragem.

          Quem conhece um pouco da história da Índia sabe: os sikhs têm grande fama de serem valentes e vencedores das causas justas. Lá, as pessoas se sentem protegidas quando têm um sikh por perto.

3-Ordem do Guru

          O turbante sikh é um Hukam(Ordem), é uma prescrição do Guru.  Nos Gurdwaras (templos sikhs), o cobrir a cabeça é um mandamento. Sendo assim, cabe ao discípulo cumprir a vontade Dele.

4-Agradar o Guru

          O sikh quer sempre agradar o Guru, por 2 motivos:

          a)Porque ele ama o Guru; o livro sagrado nos diz que este aspecto exterior do sikh é uma manifestação externa do amor interno ao Guru. A aparência de um sikh é a estampa do conteúdo que ele deve cultivar no seu íntimo.

          b) o Guru é o senhor das permissões e de toda vitória, portanto devemos agradá-lo, para que Ele nos conceda Suas bençãos.

          Sem a benção do Guru(Deus), ninguém consegue nada e não vai a lugar algum. Portanto, faça de tudo para agradá-lo. Por mais que você faça, certamente será pouco, tendo em vista que Ele é o seu Criador.

          É claro que só o fato de você usar barba e turbante, não significa que você vai se salvar. Isto é apenas parte da paramentação para seguir o caminho, e não o caminho em si. Lembre-se também, que o uso do turbante ajuda muito, mas não é necessariamente um requisito para conectar-se com Deus, já que, ao longo da história, houveram homens que se iluminaram sem turbante, em diversas religiões.

5-Razões espirituais

          Um motivo espiritual do uso do turbante, e também da barba, é afastar-se da superficialidade e priorizar o universo interior; ou seja, não se identificar com tendências e modas que vêm e vão . Se existe “este ou aquele corte de cabelo que está usando agora”, o sikh não participa disso.

          Hoje em dia é muito fácil você se alinhar com uma tribo específica e cultivar um esteriótipo. Bem, o sikh também tem lá o seu esteriótipo, porém ele não é passageiro.

          Antes do turbante ser um símbolo religioso sikh, ele é um lembrete de centramento espiritual.
O sikh se orgulha do seu uniforme exterior, porque a autoridade dele vem dos Gurus, que são mensageiros da luz de Deus.

          O Guru diz que o sikh é um pássaro e suas duas asas são:

          1)“Bani”(=palavra), que é a recitação, a compreensão e o cantar da palavra do Guru;

          2)”Bana”(=aparência exterior),

          Quando você avistar um sikh em algum lugar, tenha em mente que, provavelmente, ali vai alguém muito ocupado com o seu universo interior, mas não pense que barba longa seja sinônimo de desleixo ou descuido; o sikh, ao seu modo, desenvolve grande zelo e cuidado com seu corpo e aparência. Este respeito pelo invólucro material vem da crença que o corpo é o nosso templo, para a nossa elevação na terra.

6-Preservar a cultura e a tradição

          A construção e decodificação do Sikhismo levou mais de 200 anos, desde o início com Guru Nanak até a formação do Khalsa, com Guru Gobind Singh. E não foi nada fácil esta construção!

          Apesar de ser uma religião jovem, comparada às outras, com pouco mais de 500 anos, o sikhismo foi pioneiro em muitos aspectos. A construção desta tradição custou a vida de muitos mártires, incluindo os próprios gurus.

7-É uma tecnologia espiritual

          Podemos dizer que o turbante sikh é uma tecnologia espiritual. A palavra tecnologia [tecno+logo(ia)] significa um conjunto de conhecimentos e princípios aplicados à otimização de uma ferramenta. 

          Simplificando isto, tecnologia é o conhecimento para fazer algo funcionar cada vez melhor.

Leia mais sobre o turbante como uma tecnologia

Ativação do sétimo chakra 

          No topo da cabeça, temos um chákra que, na tradição sikh tem o nome de dasam duar (dasam=10º  duar=portal). Esta denominação se baseia nos 9 orifícios naturais do corpo humano. São eles: 2 olhos, 2 ouvidos, 2 narinas, 1 boca, 1 orifício urinário e 1 ânus.

          Os 9 orifícios naturais são descobertos, mas o 10º é oculto. Ele se localiza no alto da cabeça e se destina a conectarmo-nos com o Divino. Assim como Deus existe, mas não é visível, o portal em nós que nos conecta a Ele também é invisível.

          Esta tecnologia se aplica quando juntamos o uso do turbante à prática da meditação. O resultado disso é a ativação do chakra coronário (décimo portal).

          O dasam duar é mais conhecido no ocidente como o 7º chakra ou centro solar do crânio. Ele também é descrito como lótus de mil pétalas ou chakra da iluminação. Os cabelos protegem o décimo portal contra excessos de exposição solar, vento, umidade e outros fatores ambientais. Afinal, esta antena para Deus não poderia estar em outro lugar, já que esta é a parte mais alta do nosso corpo.

  Patka: o turbante infantil

          Ao preparar um turbante, os sikhs costumam prender os cabelos no topo da cabeça, onde está localizado o sétimo chakra. Então, fazem uma espécie de coque após torcer os cabelos presos, dando várias voltas em torno da raíz. Este nó ou “coque” se chama “rishi”.

          Acima temos a foto de um Patka, que é o principal modelo de turbante infantil usado pelos sikhs. O uso do turbante infantil não se restringe às crianças, mas também é usado pelos adultos jovens. O turbante fica sobreposto ao nó "rishi".

Uma bobina que potencializa o prana

          Tenha em vista que os cabelos são bons condutores de eletricidade e energia prânica. Eles conduzem também a energia solar absorvida para o interior do organismo.

          Entenda que, assim como bobinas são feitas ao enrolar fios condutores, o nó “rishi” nos cabelos, de forma similar à bobina, aumenta o potencial energético(prânico) do sikh.

          O sétimo chakra fica amplificado na presença da combinação nó rishi / turbante. O resultado prático disso é que a meditação acontece mais facilmente.

Integração dos ossos do crânio

          O nosso crânio é dividido em várias porções ósseas. Veja a ilustração. Estes “pedaços” da calota craniana ficam ligeiramente separados uns dos outros pelas suturas, que são como fendas entre os ossos.

          Com as várias voltas do turbante você consegue fazer uma pressão sobre o crânio de tal forma que os ossos ficam mais juntos entre si e isto traz alterações benéficas ao sistema nervoso central. Estas alterações atuam na cabeça, potencializando as funções energéticas e cognitivas, além do turbante trazer mais motivação e foco.

O turbante e o Orgônio de Reich

          Há ainda a Orgonomia. O médico psiquiatra ucraniano Wilhelm Reich, no início do século XX debruçou-se sobre o estudo científico do comportamento do prana; este exótico cientista, deu um novo nome para o prana ou energia qi. O novo nome foi: Orgon ou Orgônio. Reich descobriu que matéria orgânica atrai prana e que materiais condutores, como os metais, conduzem o prana.

          Vamos então aplicar isto ao turbante? O turbante geralmente é feito de algodão, logo, sendo matéria orgânica; assim, ele atrai o prana para o sétimo chakra. Além disto, os cabelos, fazem o papel de condutores desta energia, daí mais um motivo para não cortá-los. O sikh costuma portar metais dentro do turbante, como é o caso de pequenos Kirpans, adornos de metal ou argolas.

           Há muitos anos tenho em Reich uma grande referência científica e é um grande prazer citar o seu nome.

Alguns dos efeitos benéficos de um turbante usado da forma correta:

          Melhora do fluxo sanguíneo cerebral;

          Maior integração das funções cognitivas;

          Melhora da clareza mental;

          Facilita o relaxamento e a meditação;

          Promove a calma;

          Aumenta seu foco e sua atenção.

8-Proteção vibracional

Poder isolante

          O turbante nos protege de energias negativas vindas do exterior. Absorvemos a vibração do ambiente em todo lugar por onde vamos. Todo o nosso organismo é sensível a esta influência em menor ou maior grau, mas os nossos pêlos, cabelos e chákras absorvem muito mais.

          O turbante atua como um certo isolante do nosso chákra mais delicado(décimo portal), isolando também outros pontos de energia desta região. Com ele, minimizamos a absorção das impurezas energéticas do ambiente.

Diminuindo o ruído social da sensualidade

          Outro fator protetor do turbante: os cabelos, muitas vezes, são uma grande fonte de sensualidade. Ocultar os cabelos com o turbante diminui as interferências dos instintos no convívio em sociedade.

          Dentro desta filosofia, isto tem a sua importância, porque para um sikh, a busca por um cônjuge tem maior êxito se for baseada em virtudes, e não na aparência.

9-Símbolo da igualdade social

          No estado do Punjab, na Índia, antes da chegada dos sikhs, usar turbante era algo somente para reis, imperadores e pessoas de grande envergadura política.

          Os sikhs, conhecidos na Índia como “Sardars”(sem casta), trouxeram sua mensagem de igualdade social. Ao instalar a religião no Punjab, o turbante sikh se difundiu por todas as classes sociais. Assim, o turbante faz parte da identidade de um sikh, é uma de suas das marcas registradas.

10-Símbolo da Humildade

          Cobrir a cabeça é um ato de humildade e entrega a Deus; Cobrir a parte mais alta do seu corpo é dizer que sua cabeça não te pertence, e sim pertence a Deus. Ao mesmo tempo, deixar a cabeça encoberta, oculta, é ter consciência de que há algo desconhecido, além de nós mesmos.

            Para o sikhismo, a natureza de Deus é indescritível. Apesar disto, o sikh crê que Deus pode ser experimentado e vivenciado, ou seja, através deste caminho, podemos experimentar Deus dentro de nós; e é este o propósito desta religião.

          O uso diário do turbante é também uma forma de oferecer a cada dia a cabeça para o Guru. 

 Para quem se interessar, alguns artigos em português sobre:

O turbante do noivo indiano

Os sikhs, a religião dos turbantes

Yahoo respostas: O significado das cores dos turbantes indianos

Veja mais textos sobre esse tema(em inglês):

O turbante sikh - by Sikhiwiki

Wikipédia: Dastar

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Waheguru ji ka khalsa, Waheguru ji ki fateh



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              Há alguns anos atrás, havia muito pouco conteúdo em português sobre o Siquismo na web. Hoje, com a graça do Guru (Deus), podemos encontrar diversos textos e vídeos. É bonito ver como a luz de Guru Nanak está se espalhando pelo mundo, incluindo o nosso Brasil.

            Tenho comigo um princípio: quando eu não tiver algo relevante pra postar, vou preferir aguardar a inspiração enquanto estudo algum ponto, até eu poder trazer-lhes algo útil.

             Há alguns dias, estou refletindo sobre uma maneira de fazer uma introdução ao siquismo agrupando videos em português , sem estar simplesmente repetindo o que já existe na web do Brasil. Por fim, decidi postar desta forma.

           Trata-se de uma síntese de tudo que encontrei até agora a respeito do assunto na forma de vídeo, em português. Com esses vídeos, fiz um roteiro pra facilitar o seu estudo. Se você assistir a todos, vai perceber que alguns pontos vão se repetir. A meu ver, esta recorrência de pontos ou assuntos é positiva, na medida em que se pode enxergar por diferentes ângulos e revisar o seu aprendizado.

Wahe guru ji ka khalsa, Waheguru ji ki fateh.

 Resumo

             Pra começar, trago um resumo do siquismo no formato de video, em português, com duração de apenas 1 min e 33 seg; publicado em 08-08-12.

  

Rituais e rotinas do Templo Dourado

            O video a seguir, com duração de 9 min 29 seg, mostra as rotinas básicas do templo dourado, um pouco da origem da cidade de Amritsar, e também do tanque de néctar (Amrit Sarovar), marco zero da cidade. Além disso, você verá a amorosa devoção dos discípulos pelo livro sagrado(Sri Guru Granth Sahib), demonstrada nos rituais próprios do siquismo e nos cuidados com Ele.

           Esta matéria é útil como introdução ao siquismo, além de ser uma fonte de ensinamentos profundos.

O preconceito

              
             Agora, vou falar de uma matéria, em português, de 2 minutos de duração, feita na Sociedade Cultural Sikh de Nova York, tendo como tema o preconceito .

            O que mais vemos acontecer no dia-a-dia, principalmente no ocidente, incluindo o Brasil, é as pessoas confundirem os sikhs com os muçulmanos, devido a algumas semelhanças na aparência, como o uso de turbante e barba sem ser cortada. Esta enorme confusão tem sua origem na ignorância e é um produto da massificação cultural promovida pela grande mídia; Essa matéria, em forma de video, foi publicada em português, em 09-08-12 e você pode assistir no youtube, com o título "Sikhismo: a dor do preconceito".

Guru Nanak, o fundador do Siquismo

               Para quem quiser conhecer mais da história de Guru Nanak , também dos Gurus que o sucederam, da origem do Khalsa, dos cinco K, do Golden Temple, dentre outros. Video em português, com pitadas de bom humor, ingrediente típico do Brasil, com explicações . Duração: 24 min 33 seg; publicada em 02-06-17.

              Pra conhecer a respeito dos 11 Gurus do siquismo, recomendo o video abaixo. A capa do video tem escritos em inglês, mas o conteúdo está em português. Ele é bem curto, com pouco mais que 5 minutos.  

Basics of Sikhi, em português:

                                           

Introdução ao Sikhismo - em português - Basics of Sikhi

O que é o Siquismo ?

Video em português , do canal Basics of Sikhi:

                                         

               Pra quem ainda não conhece o canal Basics of Sikhi veja aqui o artigo que escrevi sobre ele.

Documentário sobre o Langar - Refeitório gratuito dos Gurdwaras

            Incluo agora um vídeo produzido pelo canal Tastemade Brasil. Trata-se de um documentário do nicho Culinária que apresenta uma série chamada "Coisas que nunca comi", sendo que este episódio ocorre na Índia, passando por translados, ruas, fora e dentro de Gurdwaras(Delhi).

            Este é um dos videos sobre sikhismo em português mais bonitos que já vi. Ele é focado no Langar, que é o refeitório gratuito próprio dos Gurdwaras(Templos sikhs). A qualidade é altíssima!

            O narrador do documentário, Otávio Albuquerque, mais conhecido como Tavião, não é sikh, mas, pra mim, neste video, é como se ele fosse sikh, porque sua simpatia e pureza me lembram alguns amigos meus sikhs.

Comida sagrada no Templo Sikh - Tastemade Brasil

Minha impressão

Eu tirei estes vídeos do youtube, onde estão disponíveis. Naturalmente, existem muitos outros videos produzidos no Brasil, que retratam do siquismo.  Não os incluí aqui, por questões didáticas. O post poderia ficar demasiadamente extenso. Enfim. Tais vídeos foram e são de grande valia para mim, por 2 motivos; um pela qualidade e outro pelo valor histórico na construção deste conhecimento na web do Brasil .

              Amado leitor, use os comentários para recomendar também os videos que você gosta sobre o tema. 

             Perdoem-me se cometi algum erro ao preparar esta postagem.
             Entrem em contato comigo caso haja algum link quebrado ou caso tenham alguma dúvida ou sugestão. 

                                                                                                      Obrigado,

 Sundebir Singh.

Waheguru ji ka khalsa, Waheguru ji ki fateh